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domingo, 28 de fevereiro de 2010

Caem Mitos e Tabus


Fui surpreendido por um exemplar que me veio às mãos da Obra "Minha Luta", de Adolf Hitler. Traduzido para o português do original chamado "Mein Kampf".
Li a primeira parte que é auto-biografica e no meu ponto de vista, muito boa! Entretanto, em que pese a apurada visão que o conhecido autor denota na exposição de suas idéias e uma metodologia calcada na observação prática e teorica, lá está denotado o único e talvez seu fatal erro: O da generalização!
Que tenha constatado claramente que os opressores da classe menos favorecida na Alemanha e Áustria da época eram de maioria judaica, não seria realmente absurdo. Porém daí, a condenar um povo inteiro como mentiroso e opressor, seria o mesmo que considerar todo o brasileiro igual aos picaretas do nosso Congresso Nacional.
A Obra me parece interessante e inteligente e vale a pena ser lida, embora seja rara.
Mesmo porque, desmistifica a figura demonizada pela propaganda massificante do pós-guerra. Lembrando que o que sempre vimos e ouvimos foi a versão de quem ganhou a guerra.
A atrocidade das bombas de Hiroshima e Nagasaki lançadas pelos americanos foram tão cruéis quanto a crueldade do regime nazista contra os judeus.
Violências, os dois lados cometeram.
Quem cometeu as piores?
A história dirá no futuro.
O que podemos fazer agora é olhar para todos os ângulos e não pré-julgar nada nem ninguém!
Afinal, nem tudo é o que parece ser.
A besta do apocalipse poderá se apresentar na figura de um doce, lindo e malvado anjo.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Qual Brasil você prefere?


Ontem zapeando pela TV fui surpreendido por duas realidades igualmente incríveis.
No Roda Viva, era apresentada uma entrevista com o Maestro João Carlos Martins, um exemplo de vida e genialidade da música clássica. Um ser humano extraordinário, vencendo as limitações de sua deficiência e levando talentos do mais pobre interior do Brasil para tocar clássicos em New York e Europa.
Do outro lado da mídia, lá no programa da Luciana Gimenez tocava, no mesmo horário, um tal "Lobo Mau (Vou te Comer)" de "Psirico" que "arrebentou" no Carnaval 2010. É de longe uma das coisas mais horrendas que já escutei e eu duvido que o leitor possa ter algo pior do que isto para dar como referência.
Essa Referência de um Brasil miserável não só materialmente, porque isso se supera. Ser miserável intelectualmente, artisticamente, humanamente é que é deplorável.
Por outro lado individualidades geniais como o Maestro João Carlos merecem o nosso aplauso. Uma minoria cada vez menos silenciosa.
Certamente graças a pessoas de bom gosto, o Ibope do Roda Viva perdeu menos...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Garoto em 66


Outro dia andei lendo algo sobre as gerações "baby boomers", X, Y e Z. Gosto de Antropologia. Sei que essa classificação tem muito haver com a sociedade ocidental, em especial dos Estados Unidos.
Em resumo, os "baby boomers" são aqueles que nascidos logo após a II Grande Guerra, constituem um pessoal que foi criado em tempo de grande euforia e explosão demografica. Os casais felizes com o fim da guerra, produziram em série...Também chamados Anos Dourados, pois que foi uma época de re-construção, de fartura e de pleno emprego. Essa criançada bem criada, produziu mudanças culturais importantes na década de 1960. Era a geração Beatles, do festival de woodstock, dos festivais da Record no Brasil. Geração marcada pelo combate às ditaduras e pela liberalidade de costumes.
A geração seguinte, a chamada geração X, foi a galera que nasceu em torno de 1970. O sonho tinha acabado. Os Beatles haviam brigado e encerrado a carreira juntos. Foi cada um pro seu lado. Inicia-se uma época de culto ao individualismo e essa galerinha foi criada ouvindo coisas tipo: "É a vida é assim...", "Cada um pra si e Deus pra todos", "O que interessa é dinheiro no bolso", "Brasilllll"
Coincidência ou não, essa era a rapaziada de Wall Street, os chamados Yuppies, pra quem não sabe, expressão que definia os jovens executivos de boa formação que ficaram milionários da noite para o dia, ganhando bônus milionários. O fim justificou os meios. Mesmo que se forjasse balanços de empresas, o que interessava era o "dinheiro no bolso". Sabemos hoje no que isso resultou. O auge foi a crise explodida no final de 2008.
Temos agora a geração Y, constituida principalmente de filhos e netos das gerações dos Baby boomers e Jones (falarei sobre eles no final). Essa rapaziada nasceu na década de 80. Hoje são os profissionais mais requisitados no mercado. Em geral tem boa formação e são independentes das influências das gerações anteriores. Parecem saber separar o que é bom de tudo e jogar fora o que não presta. São seletivos e separam a vida profissional da pessoal. Diferentemente das outras, sacrificam a profissão em benefício da vida pessoal. As empresas andam até promovendo cursos pra lidar com eles. A hierarquia para eles não faz muito sentido e tem muita pressa e objetividade para atingir o que querem.
A geração que vem aí é a Z, ou seja, os digitais. Nasceram com o "boom" da internet. Ainda são enigma a ser desvendado. Tudo que se sabe é que são capazes de "entender" as máquinas de informática com uma rapidez incrível.

Lá entre 1960 e 1965, nasceu uma galera chamada geração Jones, pois o termo foi criado por um estudioso chamado Jonathan Pontell. É chamada uma geração perdida entre os Baby Boomners e os X. É uma geração anônima. Muitos se viciaram e outros sobreviventes tem suas esquisitices. Curtiam na adolescência algo como Black Sabbath, Alice Cooper, Rita Lee,Emerson Lake and Palmer. Eram as crianças do clipe de Pink Floyd. Descoladas dos mais velhos e engajados Baby Boomers, não tinham objetivos políticos, ficaram perplexos depois no Brasil, ao descobrirem que a Ditatura que os tratava bem nas escolas, com as aulas de Educação Moral e Cívica teria sido a mesma que teria torturado e matado. Na sua juventude conheceram os expoentes sufocados pela repressão, como Chico Buarque, Caetano e Gil e outros.

Sou dessa última que descrevi. Os Jones. Interessante que já me senti mesmo "perdido" durante muito tempo. Hoje, sei que essas gerações chamadas perdidas levam uma pequena e talvez única vantagem: a de poder se reinventar sempre. A Geração Y atual, poderá ser também uma geração perdida por causa da crise econômica, mas eu pessoalmente acredito que eles tem talento de sobra pra se reinventar. Por que como disse antes, sabem aproveitar tudo de bom que já aconteceu e jogar fora o que não presta.

Nota: Em 66 eu tinha 7 anos e não fazia a menor idéia do que acontecia no mundo a minha volta. Hoje, 44 anos depois, não estou bem certo se faço!

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